quarta-feira, 19 de julho de 2023

Afinal, qual o papel do sistema de saúde privado?

   Seguindo adiante com o tema anterior "A importância dos seguros para a sociedade", exploraremos o papel do sistema de saúde suplementar para um país, especialmente como essa relação se desenvolveu ao passar dos anos no Brasil. Nesse sentido, o recente aumento, que ultrapassou o recorde histórico de 2014, no qual mais de 50 milhões de brasileiros possuem planos de saúde com assistência médica e mais de 30 milhões possuem apenas serviços odontológicos, segundo dados da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), evidencia a existência de um movimento de maior adesão a essa ferramenta tão importante para a sociedade.

Em primeira análise, torna-se necessário compreender a importância do desenvolvimento do mercado de planos e seguros de saúde e como o segmento impacta as dinâmicas sociais em todo o mundo. Feita a análise inicial, destacaremos as particularidades aplicadas ao Brasil. Para exemplificar, serão utilizados países que possuem aspectos diferentes entre si: os Estados Unidos e o Japão.

A principal referência de mercado de seguro saúde no mundo é os Estados Unidos, visto que possuem um sistema altamente desenvolvido que oferece alta liberdade de escolha nas coberturas, situação condizente com a proposta cultural do país. Em contrapartida, o Japão tem no Estado como principal responsável em cobrir as despesas dos cidadãos com doenças. Aqueles que tiverem interesse podem adquirir coberturas adicionais para elevar seu padrão de conforto. Logo, a conclusão inicial diante do cenário apresentado é que o sistema de saúde suplementar deve estar alinhado com as necessidades de cada país, porém não podem ser descartados.

Contudo, como um país que oferece saúde pública pode ser tão dependente dos serviços da iniciativa privada? A resposta objetiva seria atribuir a incapacidade e fragilidade do governo. Entretanto, é um cenário mais complexo. Nesse sentido, surgem as inconsistências estatais na qualidade da saúde ofertada. A partir disso, o sistema que deveria ser suplementar se torna não apenas complementar, mas a principal alternativa para o cidadão.

Por conseguinte, cria-se um mercado calcado na competição entre o Estado e a Iniciativa Privada, na qual existe uma disparidade entre os concorrentes. Tal disputa gera o questionamento de quais são as reais intenções das dificuldades do contribuinte em ter acesso a uma saúde de qualidade. Uma vez que o contribuinte sofre de constantes reajustes, como o recente anúncio da ANS de 9,63% do valor de planos individuais e familiares, que incentiva a adesão dos planos coletivos, que na ótica do custo-benefício são melhores para as empresas.

Portanto, tal cenário é prejudicial ao consumidor final, que não tem os impostos convertidos em uma saúde pública funcional e gradativamente deve desembolsar maiores quantias se desejar ter um tratamento melhor ou específico. Dessa forma, os princípios que regem o conceito formador dos planos de saúde e seguros são feridos, evidenciando que é um país jovem e que ainda tem muito a amadurecer nos serviços ofertados.

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